Diretor e Coronel Vitallino ameaçou tirar a vítima da escola se ela recusasse tirar o cabelo.

Uma servidora da Escola Militar Estadual Tiradentes, Isa Mara Castro Rondon registrou um boletim de ocorrência na Polícia Militar na última quarta-feira (13) contra racismo, após o diretor da unidade pedir que Isa retirasse o seu cabelo modelo rastafari.
No boletim de ocorrência a servidora da educação afirma que desde sua entrada no colégio como Secretária, vêm sofrendo perseguições raciais dentro da Escola Militar, e nesta terça-feira, sofreu preconceito após reunião com a direção para explicar sobre modelo de cabelo.
“Fui chamada para o lado de fora, por uma sargento que me questionou sobre o uso do cabelo após alunos reclamarem dizendo que, se eu, servidora, posso usar, porquê eles (alunos) não podiam, e a indaguei sobre a diretriz de proibição que não consta no estatuto do servidor, uma vez que sou servidora e até meu conhecimento não estou ciente que existe uma proibição, de roupa, cabelo, e etc. Então Isa disse à sargento que queria levar o caso ao Diretor para maiores esclarecimentos, e a sargento disse que ela mesma iria falar com o Coronel” disse Isa em entrevista ao Cândido News.
Mais tarde a servidora foi até o Diretor Coronel Zacarias Conceição Vitalino, junto com a coordenadora Cinthya para tratar ‘mais uma vez’ sobre seu cabelo, logo o diretor escolar a informou que a escola têm regras e disciplinas e a orientava retirar, caso contrário iria retirá-la da escola. Durante a reunião, a funcionária o questionou que já tinha pesquisado no estatuto do servidor público, e sobre o código de ética, e não encontrou nada proibindo. Mesmo assim, não foi ouvida, Isa, no entanto pediu que toda reunião fosse constada em ata, o que não foi feito no momento, e após a reunião, procurou a 1ª Delegacia de Polícia Civil para registrar nos autos, o preconceito sofrido por parte da escola.
Isa Mara ainda afirmou em boletim registrado pela Polícia, que ao chegar no dia 13/09 na unidade escolar, pediu que fosse registrada a reunião do dia anterior em ata, e recebeu a informação de que já estava tudo registrado, discordando o que havia escrito. A servidora no entanto alega que nada do que foi falado em reunião constava na ata, somente o que eles queriam que constasse, negando tudo o que foi dito no dia anterior. A vítima disse que tem em áudio toda conversa que teve com o diretor.
Isa Mara não assinou o livro, diz trecho do boletim de ocorrência.
O site Cândido News entrou em contato com a assessoria da PMMT, mas até a publicação desta matéria não obtivemos resposta, o espaço segue aberto.