Planilha anexada pela Polícia Federal ao inquérito da Operação Hermes (Hg) II inclui o vereador de Cuiabá, Juarez Pereira Vidal (MDB), como um dos compradores do mercúrio contrabanteado pelo grupo criminoso alvo das investigações. Além dele, o ex-vereador Gonçalo de Barros, o Maninho, filho do ex-deputado e ex-conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT), Branco de Barros, também aparece como comprador do metal. Ambos teriam adquirido 69 kg, mas, apesar de serem mencionados entre os compradores, a dupla não foi alvo de medidas cautelares como outros empresários identificados na operação.
De acordo com o que foi contabilizado pela Polícia Federal, foram vendidas 5,4 toneladas de mercúrio em cerca de 24 meses para 45 pessoas e empresas. A distribuição do metal ficava à cargo do Grupo Veggi. O esquema, porém, contava com fornecedores em São Paulo e até fora do país, como no México, Chile e China. O prejuízo estimado ao erário é de R$ 5 bilhões.
Em alguns casos, conforme as investigações, servidores de órgãos ambientais eram subornados para liberar a importação do mercúrio mesmo em desconformidade com a legislação. Em outras situações, o metal entrava no país de forma totalmente irregular, sobretudo por meio de compartimentos chamados de ‘mocós’ em veículos de carga que vinham da Bolívia.
No caso do produto adquirido na China, o mercúrio chegava por meio do aeroporto de Viracopos em Campinas. As investigações indicaram que pouco antes da deflagração da primeira fase da Hermes (Hg), Arnoldo Veggi recebeu de um contato chinês as coordenadas para trazer mercúrio da China dissimulado em cargas de tintas.
Ao todo, 34 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Mato Grosso e outros três estados na segunda fase da operação.
Segue a lista: