O deputado federal Abilio Brunini, pré-candidato a prefeito de Cuiabá pelo Partido Liberal, avalia que a Justiça Eleitoral e as forças de segurança terão que analisar as condições do pleito de 2024 para identificar possível interferência de organizações criminosas na Capital.
Sem citar nomes, ele lembra o caso citado em plenário pelo deputado Wilson Santos (PSD), que afirmou ter sido coagido durante a campanha de 2022, sendo impossibilitado de entrar em alguns bairros, supostamente por grupo criminoso com candidato já pré-determinado na localidade.
“Eu acho que essa é uma trajetória que vem acontecendo há algum tempo. Nós precisamos como sociedade se atentar a isso, porque daqui a pouco não teremos um estado democrático de direito, mas um estado narcotráfico, que será uma grande problema”, disse ao comentar o caso da primeira-dama do Comando Vermelho, Luciane Barbosa Farias, conhecida como dama do tráfico amazonense. Ela esteve em audiências no prédio do Ministério da Justiça, em Brasília, e também na Câmara dos Deputados.
“O que é estranho é que antes eles faziam isso de modo oculto e hoje já não o fazem mais, hoje eles já deixam claro, eles estão aí participando desses espaços, não sei se cobrando fatura, não sei se querendo dizer que ajudaram a alguém a chegar lá e agora eles querem uma contrapartida”, pontua sobre o caso federal.
“Não duvido que nós teremos que enfrentar uma situação semelhante em Cuiabá, eu não duvido. Mas isso cabe à Justiça Eleitoral, às forças de segurança e à Justiça fazer a avaliação correta disso tudo”, afirma o parlamentar.
Não duvido que nós teremos que enfrentar uma situação semelhante em Cuiabá, eu não duvido
Diante da previsão, Brunini faz alerta justamente aos integrantes dessas facções. Diz que por mais que eles se organizem para eleger alguém, se a pessoa for corrupta, quem pode sofrer pela falta de serviços público de qualidade são os próprios faccionados e seus familiares.
“É importante que todas as pessoas que fazem parte desse processo, que fazem parte dessas organizações criminosas principalmente, entendam que uma pessoa que entra numa organização criminosa tem um pai, uma mãe, ou filho. E às vezes o pai, mãe ou filho precisa de serviço público de saúde, precisa do serviço de educação. Na hora que o pai ou a mãe vai parar numa UPA, estará ali sofrendo as consequências de toda uma escolha errada que foi feita. Espero que eles tenham o mínimo de percepção de entender que entrar no processo político desta forma para ajudar pessoas corruptas a chegarem ao poder vai trazer para a própria família deles as consequências disso tudo”.